terça-feira, 16 de junho de 2009

Pelourinho da Vila de Prado

O Pelourinho é um importante símbolo das prerrogativas municipais da Vila de Prado.
Constitui, sem dúvida, uma das mais preciosas relíquias que esta antiga Vila preserva dos vários séculos em que foi sede concelhia.
Com a reforma dos forais empreendida por D. Manuel I, muitas povoações que não possuíam pelourinho mandaram-no levantar em homenagem ao monarca, sendo que outras se dignaram mesmo substituir o que existia até ali. O Pelourinho da Vila de Prado remonta precisamente a esta época, não estando excluída, pois, a hipótese de ter substituído o primitivo.
O Pelourinho é de fuste monolítico e quinhentista, tendo sido descrito pelo Arqueólogo Luís Chaves nos seguintes termos:

«Sobre dois degraus quadrados assenta a base circular da qual sobe, com uma pequena gole inferior, o fuste cilíndrico e liso de uma só pedra de granito claro. O capitel está decorado leve e graciosamente de folhagem estilizada ao gosto clássico.
Em cima dele assenta um ábaco de saliência forte em áreas crescentes, sobrepostas; serve de base quadrada ao remate de bloco prismático de secção quadrangular; cobre-o, em simetria com a base, uma chapa de ferro bem emoldurada, de onde se ergue ao centro um cone de vértice embolado, e em cada canto outros tantos menores de vértice encabeçado.
No centro, fixa-se a haste de ferro com catavento. O corpo do remate é elegante de proporções, em harmonia com a parte global do monumento.
Observando bem, verifica-se na forma do conjunto que sobrepuja a coluna um derivado da gaiola, em forma fechada, maciça».

Quanto à heráldica, na face de honra encontram-se as armas de D. Manuel I; ao lado, da direita, a esfera armilar, saliente de bom vulto; da esquerda, bem trabalhada, encontra-se a pedra de armas dos Sousa da Vila de Prado.

Casa da Botica


Foi edificada em 1720, por Paulo da Silva, que mandou colocar, em nicho aberto da fachada principal, uma imagem do santo com o seu nome fabricado em barro local.
Depois, passou a ser propriedade do Dr. Francisco Lima que ali manteve uma farmácia destinada exclusivamente à beneficência, porquanto atendia, a título gratuito, os mais carenciados.
Voltou a mudar de proprietário, desta feita o Dr. José Leão Ferreira da Silva, médico, ex-Governador Civil e Presidente da Câmara Municipal de Braga, que ordenou a instalação, junto ao edifício, de um portal do século XVIII, encimado por uma cruz.
Neste edifício terá existido a primeira farmácia portuguesa aberta ao público.

Ponte da Vila de Prado


Das cinco vias romanas que partiam de Braga, uma rumava a Astorga, passando pela Vila de Prado e por actuais freguesias do concelho de Vila Verde - Moure, Marrancos - entrando então no Município de Ponte de Lima através de Anais, seguindo pelas freguesias de Queijada e Fornelos.
Não está, naturalmente, excluída a possibilidade de a travessia do Cávado, na Vila de Prado, ter sido feita através de uma ponte romana, embora não se conheçam evidências históricas da sua efectiva existência.
Sabe-se, contudo, que, uma cheia do rio, corria o ano de 1510, destruiu a via ali existente e que foi então construída a ainda actual ponte. Esta data do século XVII, conforme inscrição que rodeia as armas reais gravadas no miradouro erguido sobre um dos contrafortes: “Esta obra fes Antonio de Crasto de a Vila de Viana – 1616”. Logo, a ponte foi erigida no reinado de Filipe II e assim ficou até 1710, altura em que foi objecto das primeiras obras de requalificação.
Trata-se de uma sólida construção de granito com vigorosos contrafortes dos dois lados a protegerem-na da força da água do rio Cávado. É uma construção de cavalete, com rampas de acesso ao centro, em cima do arco de maior vão. A rampa sul apresenta uma superior inclinação o que explica uma maior propensão para que a entrada daquele lado seja alvo de inundações em situações de cheia que, num passado não muito longínquo, eram bastante frequentes. Uma outra particularidade, certamente fruto da força das impetuosas correntes do rio e da carga que se supunha que iria suportar, é a circunstância de, dos seus nove arcos, quatro se afigurarem ogivais e os demais de volta inteira. O seu miradouro proporciona uma ampla observação da beleza paisagística que rodeia o Cávado, nas duas margens.